Quem Foi Ramana Maharshi ?

Ramana Maharshi (1879-1950), nascido Venkataraman Iyer, foi um dos mais venerados sábios da Índia. Nascido em Tiruchuli, Tamil Nadu, viveu uma infância comum até, aos 16 anos, experimentou uma profunda transformação espiritual ao confrontar a ideia de morte.

Essa experiência o levou à realização do verdadeiro Eu e à renúncia de sua vida mundana. A partir disso ele se estabeleceu na montanha sagrada de Arunachala, onde passou o resto de sua vida em meditação e transmitindo ensinamentos, atraindo discípulos de todo o mundo.

Maharshi chamava Arunachala de o Coração espiritual do mundo. Aruna, que significa “vermelho, vivo como o fogo”, não significa o mero fogo que transmite calor. Na verdade, significa Jnanagni, o Fogo da Sabedoria, que não é quente nem frio. Achala significa montanha. Assim,

Arunachala significa “Montanha da Sabedoria”.

Ramana ensinava a prática do “Atma-Vichara”, “Self-enquiry” (auto-inquirição ou auto-investigação), baseada na pergunta “Quem sou eu?”. Ātmā Vicāra, é um termo sânscrito que significa o processo de investigar quem realmente somos, a investigação sobre a Natureza do Ser.

SEU DESPERTAR

Aos 16 anos um dia na casa de seu tio, teve um medo intenso da morte que o dominará.

Dentro de si, só sente a iminência da morte.

Esse choque o levou para dentro, ele estava totalmente absorvido nas perguntas vitais que precisavam ser respondidas

O que significa a morte ? O que está morrendo ? É o corpo que morre

Ele imitou o estado da morte e dramatizou o evento, deitado rígido, retendo a respiração e voz como um morto. No entanto, ele pensou que ainda sinto toda força da minha personalidade e até a voz do ser dentro de mim.

Além do corpo ele experimentou que era o espírito supremo que transcende o corpo.

O corpo físico perece, mas o espírito permanece intocado pela morte.

Ele percebeu que é um espírito eterno

E com o olho ou eu focado em sua fonte que é o EU substrato de toda essência e sua absorção nela permaneceu inquebrada

Seja comendo, lendo ou fazendo qualquer coisa ele sempre se centrou nesse eu supremo

Esta foi o seu estalar, sua grande iluminação. união com Deus

Ramana ensinava a prática do “Atma-Vichara”, “Self-enquiry” (auto-inquirição ou auto-investigação), baseada na pergunta “Quem sou eu?”. Ātmā Vicāra (विचार), é um termo sânscrito que significa o processo de investigar quem realmente somos, a investigação sobre a Natureza do Ser. Esta técnica é a que melhor exemplifica o Jñāna Yoga, o Yoga do conhecimento sobre Si Mesmo. Ramana destacava que a libertação espiritual surge da dissolução do ego e da realização da unidade com a Consciência universal. Seus ensinamentos enfatizavam a simplicidade, o silêncio e a experiência direta como caminhos para a Autorrealização, rejeitando práticas ritualísticas e dogmas religiosos.

Seus ensinamentos transcendem fronteiras culturais e religiosas, inspirando buscadores espirituais em todo o mundo. Seu Ashram de Arunachala continua sendo um centro de aprendizado e prática, e suas ideias sobre introspecção e paz interior permanecem profundamente influentes.

NO TEMPLO SAGRADO

Na montanha Arunachala quando foi pela primeira vez ficou por semanas ali dentro do templo sem falar e absorto o tempo inteiro em meditação em êxtase absorto no Eu Real.

Por ali estar sendo perturbado por algumas meninos lhe jogavam pedras, então foi para o templo subterrâneo onde formigas, vermes e mosquitos comiam a carne da perna de Ramana até que suas coxas ficassem cobertas de feridas sem que ele sequer percebesse absorto em estado de êxtase, algumas pessoas ali o alimentavam e o tiraram para outros locais e ele ficou neste estado de transe por aproximadamente 6 meses.

Depois ficou um grande tempo no templo arunachala em completo silencio, comendo apenas uma vez por dia o que lhe traziam.

VISITA DE SUA MÃE

Quando sua mãe encontrou e foi visitar e implorando para voltar para casa, Ramana nem se mexia e nem falava nada.

Quando ela estava desesperada, no final ele escreveu num pedaço de Papel:

“O ordenador controla o destino da alma de acordo com o karma da alma. O qu está destinado a não acontecer não acontecerá por mais que você possa tentar, tudo que está destinado a acontecer, acontecerá.

Faça o que puder para evitá-lo, isso é certo. Portanto, o melhor caminho é permanecer em silêncio.”

Mais tarde em 1916 a mãe dele voltou a Arunachala com o desejo de passar o resto de sua vida ali com seu filho e foi o que ela fez., ela veio a falecer depois em 1922 no qual Ramana, ficou a seu lado e previu o dia que a morte dela ocorreria no qual ele fez recitações das escrituras sagradas e alguns cantos e procurou manter as mãos no coração e cabeça dela, afim de auxiliar na sua passagem.

MENSAGENS DE RAMANA MAHARSHI

“Descubra quem tem os pensamentos. De onde eles vieram? Eles devem surgir do eu consciente. Perceber isso, mesmo que vagamente, ajuda a enfraquecer o ego. Então a realização da Existência Única Infinita se torna possível. Com essa realização não existem mais indivíduos, mas apenas o Ser Eterno. Então não existem mais pensamentos de morte nem tristeza”.

⁠“PERGUNTA: Devemos acreditar que Deus e a alma são uma coisa só?

RAMANA: Dedique-se às práticas da meditação e devoção para aniquilar o ego profano e a mente pensante. Aquilo que fazemos para viver no estado natural do Ser Supremo é muito mais importante do que as crenças.”

⁠“O silêncio é a mais poderosa forma de ensinamento transmitido de Mestre a discípulo. A voz sem som é a intuição pura, é a voz do som espiritual que fala no mais íntimo de nosso Ser e nos revela a natureza original do Criador do Cosmo.”

“A sombra sobre a água parece tremer, quem pode parar o movimento da sombra? Se deixasse de agitar-se não veríamos a água, mas somente a luz. Do mesmo modo, não se fixe no ego e nas suas atividades, mas veja a luz por detrás.”

Sobre o Ego

“O ego é o ‘pensamento-eu’, o verdadeiro Eu é o Ser. O Ser que brilha como o Sol dentro do Coração, é real e todo penetrante. Revelar-se-á tão logo o falso pensamento, e nenhuma mácula permanecer, pois esse pensamento é a causa do aparecimento de formas falsas, o corpo e o mundo, que parecem ser coisas reais, em detrimento do Ser que permanece imutável, sempre inalterado, firme como a própria Verdade. Quando o Ser brilha, a escuridão desaparece, a aflição cessa e só a Glória permanece.”

Sobre o Tempo: “O tempo é apenas uma ideia. Não existe nada além da realidade absoluta… O tempo não tem nenhuma importância quando se adota a via do conhecimento supremo.”

“O pensamento ‘eu’ é o primeiro a morrer para aqueles que se refugiaram no medo da morte, aos pés do vencedor da morte. A partir de agora eles são, naturalmente, imortais. Eles poderão ser novamente assaltados pelo medo da morte?”

“O imutável e infinito Ser transcende o tempo e o espaço, que são relativos ao corpo e a mente. Uma vez que o passado e o futuro nunca existiram sem o presente, conhecer o eterno Agora é conhecer a Verdade.”

“O Senhor brilha como a Fonte da mente. Voltar à mente para o interior, para aquela Fonte e habitar firmemente ali, é o caminho para buscar o Senhor.”

⁠“Todas as teorias referentes ao cosmo são criações mentais e, portanto, falhas em sua origem. Toda especulação a esse respeito não contribui em nada para se eliminar a ignorância espiritual. Por que insistir em procurar explicações de fenômenos que nunca terão respostas?”

⁠“O sofrimento não existe para aquele que é consciente do Ser Supremo. As pessoas vêm até o sábio para que ele alivie tal sofrimento. Então o sábio ensina que para eliminá-lo é preciso praticar as técnicas de autoconscientização.”

⁠“A procura pelo Ser, que é sua natureza original, assemelha-se à imagem de um pastor procurando uma ovelha que durante todo o tempo carrega nos próprios ombros.”

⁠“Nada que provém da mente pensante é importante. O pensamento “eu” é a raiz de todos os outros pensamentos, pois cada idéia ou pensamento surge somente como sendo de alguém e não é conhecido como existindo independentemente do ego.”

“Se um homem pensa que ele nasceu, ele inevitavelmente sentirá medo da morte. Deixe que ele descubra se ele alguma vez nasceu ou se existe nascimento para o Eu Real. Ele assim descobrirá que o Eu Real existe sempre e que o corpo, que é o que nasce, transforma-se em pensamento, e que o surgimento do pensamento é a raiz de todo o mal. Descubra de onde vêm os pensamentos, e então você permanecerá no mais íntimo e onipresente Eu, livre do conceito de nascimento e do medo da morte”.

“Se a pessoa tem forma, o mundo e Deus também parecerão ter uma forma, mas se a pessoa é sem forma, quem está lá para ver essas formas, e como? A natureza dos objetos vistos pode ser diferente da natureza do olho que os vê? O Eu Real é o verdadeiro Olho, e este Olho é a Consciência infinita”.

“A realização é para todos, a realização não faz diferença entre os aspirantes. Essa própria dúvida, se você pode realizar, e a noção ‘eu-não-realizei’ são os obstáculos em si. Livre-se desses obstáculos também.”

Graça

“A graça é muito importante; de fato, ela é essencial. Ela é ainda mais importante do que o esforço. A realização do Ser acontece através tanto do esforço quanto da graça. Quando alguém faz um esforço permanente para permanecer no Ser, esse alguém recebe a graça do Guru em abundância. A graça vem não somente através da forma do Guru. Quando você medita sinceramente todos os Jivamuktas (aqueles que obtiveram a liberação ainda no corpo físico) do passado e do presente respondem a seus esforços enviando para você bênçãos de Luz”.

“O que é a meditação?

É o nosso Ser natural. Nós cobrimos a nós mesmos com pensamentos e paixões. É necessário praticar meditação com frequência e regularidade até que a condição induzida se torne habitual e permanente ao longo do dia. Aqui, é impossível para você ficar sem esforço. Mas quando você se aprofunda, é impossível fazer qualquer esforço. O esforço é necessário até ao Estado de Realização. Mesmo assim, o Ser deverá tornar-Se espontaneamente evidente, caso contrário, a felicidade não será completa. Até esse Estado de espontaneidade deverá haver esforço, de uma forma ou de outra. Às vezes, vislumbres de realização são alcançados antes de se tornar permanentes e, em tais casos, o esforço continua a ser necessário. O esforço é necessário até o estado final. Até lá, “quem você é” deve espontaneamente ir se revelando; de outra forma a felicidade não será completa”.

Pergunta: “Qual é a diferença entre meditação (dhyana) e investigação (vichara)?”

Ramana Maharshi: “Ambos dão no mesmo. Aqueles que não se adequam à investigação devem praticar meditação. Sobre a meditação, Dhyana é a prática principal. Segure-se a apenas um pensamento. Assim que você começa a meditação, outros pensamentos se aglomeram. Junte força e tente aprofundar o único pensamento com o qual você tenta se manter. O pensamento bom gradualmente deve ganhar força através de prática repetida. Depois de ter ficado forte, os outros pensamentos vão ser mandados para longe. Se um único pensamento prevalece, todos os outros pensamentos são colocados para fora e finalmente são erradicados. Essa é a batalha real que sempre acontece na meditação”.

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Sobre o Autor

Guilherme Soares
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"Eu e o Pai Somos Um, Um Somos Nós"

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